Super Gilez

Os shows no Vermelho 23 são clássicos por produzirem histórias inusitadas. Pouco antes do show da sexta passada, dia 12, duas garotas conversavam junto ao bar, próximas de onde eu estava sentado. Com trajes típicos da juventude moderna, algo por assim dizer, próximo ao emo, não pareciam o tipo apreciador do repertório Gilez. E enquanto viravam copos de rum enlouquecidamente, uma delas se vira para mim com um carregado sotaque ébrio e inicia uma conversa:

ELA: Oi. Posso fazer uma reclamação?
EU: Reclamação? Mas a gente nem começou a tocar ainda.
ELA: Sim, mas quero reclamar que vocês não divulgam o show na comunidade do Orkut
EU: É verdade. A gente não entende muito de internet mesmo.
ELA: A gente vem de longe pra ver o show de vocês e quer saber quando tem com mais freqüência.
EU: De onde vcs são?
ELA: De uma cidade que tu nem deve conhecer: Campo Bom.
EU: Claro que conheço, inclusive já tocamos lá.
ELA: Eu sei, a gente tava lá. Tocaram na praça central.
EU: Isso mesmo.
ELA: Pois é, foi lá que a gente conheceu vocês.
EU: Pô, que bacana.
ELA: Aí a gente queria saber onde tinha outros shows de vocês. E ficamos irritadas.
EU: Ué, por que?
ELA: Pq a gente foi num show de vocês no Abbey Road de NH.
EU: Não pode... nunca tocamos lá.
ELA: Sim, eu sei... a gente ACHOU que era de vocês pq o nome da banda era igual.
EU: Igual? Não pode... como era?
ELA: Gi.... Gilez... Gilês... Guides... algo assim.
EU: Superguidis??
ELA: ISSO!!!!

Finada a conversa, caminho sorridente ao palco pra começar o show. Naturalmente não pela comparação ou pela reclamação, mas por perceber que tem uma galera que acompanha e quer acompanhar os shows da banda. Disposta inclusive a se percorrer consideráveis distâncias para isso. E isso que o show em Campo Bom foi no final de 2005. Lá se vão quase 3 anos e elas ainda querem nos ouvir, dançando e pulando do início ao fim da noite. É um bom sinal.