Conjunto Musical Gilez

Os Anos Dourados foram reluzentes demais para serem esquecidos.

21.7.07

A blues night with Van Morrison

Montreux, Suíça - Em uma bela cidade, tive ontem uma das melhores noites de música da vida. Quatro mestres do blues no Festival de Jazz de Montreux. Tudo começou com um show do Van Morrison, presente no repertório da Gilez com "Brown Eyed Girl", cuja letra nunca aprendi.
Ele tem uma voz muito boa, rasgada, e o repertório teve várias clássicas (a citada acima não), mas o melhor foi ver a banda de apoio. Só experientes, só jogando no atalho, todos os instrumentistas sabiam o valor de tocar poucas notas, suavemente, deixando o cantor dar a dinâmica da música. O baterista tocava baixo a ponto de no começo eu achar que algo estava estragado no som - óbvio que não, e na primeira música ele deu uma leve porrada e mostrou que era uma escolha da banda. Muito bom.

O segundo show foi Booker T. and MGs, grande e antiga banda instrumental. Com o melhor uso do órgao Hammond e com o lendário Steve Cropper na guitarra, que protagonizou o momento mais bizarro da noite quando entrou no palco para dar uma canja no show seguinte e não saiu mais - a banda seguinte se retirou e ele ficou tocando só com a guitarra e cantando por uns 10 minutos. O vídeo a seguir mostra um pedaço de Green Onions, do disco homonimo. Desculpem que não dá pra ver direito; eu ainda não tinha aprendido a usar o zoom da câmera. Mas dá pra ouvir.



A seguir, entrou o pianista Dr.John, com o show menos bom da noite. Eu tava esperando mais boogie woogie, ele trouxe uma banda de blues moderno, cheio de quebradas e suíngue, slaps e cover de Thank You For Let Me Be Myself, do Sly and Family Stone com a participação do Steve Cropper que terminou do jeito que eu já disse.

E então, às duas da manhã, abriram as cadeiras pro proletariado (eu) que já estava cansado de ficar em pé e começou o show de Solomon Burke. Soulman com centenas de quilos em um corpanzil carregado em uma cadeira de rodas, já que ele é gordo demais para andar. O show foi puro entertainment, com sucessos confirmados dele e de outros soulmen (Everybody needs somebody, Cry to me, Stand by me, Sad Song), uma banda gigante com metais e cordas, reclamação sobre o som à TimMaia e um final apoteótico, com umas 50 pessoas da platéia subindo no palco e cantando enquanto ele saía empurrado por cadeira de rodas. Musicalmente menos interessante, decididamente o mais animado.
Chorou de tão afude.

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